Tópico das estatísticas de publicações

Postei em http://hqsdisney.blogspot.com/ , mas acho legal abrir um tópico para discutir aqui

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A impressão que se tem é que o mercado realmente mudou, e que os quadrinhos Disney estão mais presentes às bancas e às nossas coleções. Mas, quantitativamente, o que mudou? Temos mais páginas, mais inéditas, mais republicações, mais gibis? E aquela história de rerererererererererepublicações, bate ou não?

Os dados aqui apresentados foram contabilizados a partir das informações do banco de dados Inducks. Tentou-se contabilizar todas as páginas de quadrinhos Disney publicadas pela Abril nesses 04 anos de estudo, sempre buscando estabelecer uma comparação entre inéditas e republicações.

O foco é nos personagens tradicionais, mas também se incluiu na análise as revistas de quadrinizações da Pixar lançadas pela editora em 2011: Toy Story, Carros e Os Incriveis, além do especial Piratas do Caribe.

Ainda fazemos uma breve comparação de dados quando se inclui as 3 linhas que a Editora On Line lançou em 2010 e 2011: Disney Cinema em Quadrinhos, Disney Filmes Clássicos em Quadrinhos e Disney Filmes em Quadrinhos (incluindo seus três especiais).

Deu-se quatro diferentes enfoque à análise:
1. A relação entre inéditas e republicações em 2011.
2. A variação dos totais publicados, inéditas e republicações no período 2008-2011.
3. O peso das coleções especiais nas publicações Disney brasileiras.
4. O peso das mensais.

Antes de apresentar os resultados, eu apresento as considerações que foram feitas na contabilização de páginas:

- Mensais: Considerou-se 50 páginas de quadrinhos inéditos mensais para Pateta, Minnie, Pato Donald e Mickey e 80 para Tio Patinhas, além de 50 de republicações para Zé Carioca. Para as mensais, eu não verifiquei edição por edição se eram, por exemplo, 48 ou 52 páginas de quadrinhos, como já aconteceu em algumas revistas.

- Disney BIG, Férias e Extras: Considerou-se 300 páginas de republicações por edição de Big e 30 de Férias e Extras.

- Almanaques: Considerou-se 80 páginas de republicação por edição.

- CLD, Disney GOL, Minnie Pocket Love, Pura Risada, Disney Gigante, Donald Duplo, Epic Mickey e demais especiais: Contabilizou-se quantas páginas realmente tinha de inéditas e republicações em cada edição.

- Disney Jumbo e Natal Disney de Ouro: Contabilizou-se quantas páginas realmente em cada edição, todas republicadas.

- Pateta faz História : Contabilizou-se quantas páginas realmente tinha de inéditas e republicações em cada edição. Aquelas histórias que tinham saído apenas em inglês no Brasil (com encarte preto e branco com tradução) foram consideradas INÉDITAS.

- Edições da On Line : Contabilizou-se apenas o número de páginas das HQs. Quando não se tinha essa informação no Inducks considerou-se 44 páginas. Todas as HQs eram inéditas.

Alguém tem idéia de qual a relação entre inéditas e republicações em nossos gibis ultimamente? Alguém sabe como isso vem mudando com o tempo? Qual o peso das coleções CLD e PFH nessa relação? E das mensais? Isso e muito mais é discutido a partir de agora, com os resultados do estudo.

Enfoque 01 – O ano de 2011

Em 2011, a editora Abril publicou cerca de 12.500 páginas de quadrinhos Disney “tradicionais”, ou seja, aqueles que saem comumente nas mensais, Big e demais revistas, o que exclui aquelas revistas especiais publicadas relacionadas à Pixar e a Piratas do Caribe.
Excluindo, em um primeiro momento, as edições Disney Big e Disney Jumbo, que trouxeram 2.008 páginas de republicações, temos um resultado que a princípio parece surpreendente: as inéditas respondem por 54,2% das páginas publicadas (5.680) contra 45,8% de republicações (4.797), uma diferença de 883 páginas, valor próximo a todas as páginas publicadas em Tio Patinhas no ano (960).
Ao se incluir Disney Big e Disney Jumbo na lista, perfazemos um total de quase 12.500 páginas de quadrinhos tradicionais publicadas pela Abril em 2011. As republicações agora responderiam por 54,4% das páginas (6.797, mais de 1.100 páginas que as inéditas).
Juntando os dados de Piratas do Caribe, Toy Story, Os Incríveis e Carros, tem-se ainda um total de republicações maior (6.797 x 6.030 páginas). No total, a Abril então publicou, nas edições estudadas, 12.835 páginas de quadrinhos em 2011, com 53% delas sendo de republicações.
Ao incluir no estudo os dados da On Line editora e suas quadrinizações, tem-se um total de 13.709 páginas, e uma “surpresa”: SAIU MAIS COISA INÉDITA QUE REPUBLICADA em 2011!!! O total de inéditas passa a ser de 6.904 páginas (50,4%), contra 6.797 de republicações.


O gráfico apresentado mostra os números da pesquisa. Denominou-se “Trad1” as tradicionais sem DB e DJ, “Trad2” todas as tradicionais Abril, “Abril” a junção de tradicionais com Pixar e outras e “Abril + On Line” a inclusão de revistas da On Line à análise da Abril.

Interessante. E eu que tinha a impressão que eram poucas as inéditas...

Enfoque 04 – O peso das mensais

Caramba. Para quem analisa puramente pelo pré-conceito, acha que as republicações são maioria absoluta no Brasil. Gostei Sergio. Que trabalhão, hein? kkk

Obrigado Eduardo, comenta lá. Só mantenho o blog se comentarem, huahuahuha.

Foi um dia no excel. N considerei almanaque de férias e outros não comuns...

Algumas imagens não estavam aparecendo e ajeitei. Espero que não se importe...

Vou comentar por lá sim (na verdade eu tinha lido por lá mesmo...).

N, importo não, apareceu da primeira vez, mas enfim, ainda n usei usar as ferramentas direito. Vou reformular o layout lá, ainda tá em teste.

Gostei muito da Enquete,meus parabéns Sérgio!! Bem interessante e informativa,mostra bem a situação dos Quadrinhos Disney no Brasil,e que também não vivemos de republicações.Espero que continuemos com muitas inéditas e que novos títulos e coleções sejam criados.

Para quem fala que vivemos de rerererereepublicações, estamos em outro nível, rsrs. Tô fazendo o estudo da MSP em 2011 pra comparar com Disney. Pena n ter o Inducks...

Vai terminar quando essa com a comparação do MSP mais ou menos ?

Ah, não sei... e vai ser aproximado. Tenho uns dias pesados no trabalho até sexta... tentarei até o fds.

INCRÍVEL levantamento! Vou favoritar aqui, ler com calma e depois comentar.

Eu ainda devo fazer leves modificações, mas o básico e os resultados são esses, pode sei lá, ter 30 páginas a menos ou mais em alguma categoria em um ano (0,3%).

Queria considerar tb o almanacão de férias, mas n tenho as informações de suas histórias.

Ainda estou lendo com calma as muitas informações do post, números não são minha área favoritas, mas acho muito importante esse levantamento que o Sergio realizou e que mostra realmenter o crescimento do número de públicados de HQs inéditas no Brasil.

Vale lembrar que 1 HQ do ano passado que saiu em Pato Donald (foi uma do Marco Rota), saiu simultaneamente na Europa e no Brasil, no mesmo mês, para a surpresa em geral dos leitores.

Acho que grande problema das inéditas é que elas são muito diluidas dentro das muitas publicações da casa, enquanto as republicações são mais consolidadas em determinados tipos de revistas que dão essa impressão de maior volumes. É dífícil engolir, por exemplo, uma BIG que tem edições por ano que totalizam 1.800 páginas de republicações, enquanto um Mickey, com 12 edições chega somente a 600 páginas por ano.

Outra frustação frequente dos leitores não é a quantidade de inéditas, mas as limitações que as revistas que publicam inéditas possuem. Onde HQs com mais de 50 páginas raramente chegam por aqui. Onde séries de prestígio, como Donald Duplo possuem um atraso frustante. As coisas demoram para chegar por aqui por falta de uma estrutura melhor para lidar com séries especiais. Olha só o tempo que está levanto para Pateta Reporter chegar. As Crônicas do Planeta T só veremos no final de 2012. Mágicos do Mickey não volta pro Brasil porque não tem onde encaixar, dado o acúmulo de HQs que a série tem.

Apesar dos números mostrarem que melhoramos o número de páginas de inéditas, é preciso levantar outras questões, como a qualidade delas e as limitações que ainda temos em nossa linha. Séries como A História da Arte, que terminou de ser encerrada em Topolino, por exemplo, já deveria estar sendo adquirida pela Abril e sendo encaixado num especial para os próximos meses (porque não prorrogar o especial A Patatda de WDA e colocar a sérei italiana novinha?). É preciso ter esse jogo de cintura.

Parar de montar revistas para os próximos 9 meses a frente, e ser mais fléxivel dentro da janela dos próximos meses. Pode sim programar e montar uma previsão de HQs e histórias, mas ir mexendo e substituindo as HQs, conforme outras novas e prioritárias para serem publicadas mais cedo ganhem importância.

A História de Patópolis não é mais importante que Donald Duplo. A Patada não é mais importante que Crônicas do Planeta T. Sir Lock Holmes não é mais importante do que Pateta Reporter. A Abril precisa parar com isso e perceber que os especiais italianos ou até mesmo da Europa, como Donald e Peninha: TNT precisam ter prioridade sobre o material antigo. Precisam de uma linha onde possa tirar o atraso deles e coloca-los no Eixo no Brasil.

É isso ai Thiago, tudo isso aí que vc falou tem que ser considerado tb. A qualidade das republicações melhorou muito, mas, e das inéditas??? Bate nesses problemas que vc falou.

A minha próxima matéria será de elogios e críticas e tentarei levantar alguns aspectos que a gente sempre está discutindo por aí.

Sobre WDA, eu reclamo muito de "A Patada", para mim poderia ser substituido por uma nova fase de Os Mágicos de Mickey ou até TNT parte 1...

A Patada é um erro. Mesmo quase todo mundo querendo, eu incluso, conhecer mais sobre essa série, ela pode ser publicada em outros lugares. Não precisa tomar um especial...

Também vivo falando que é preciso atentar às inéditas. Acho terrível leitores só incentivarem (?) as republicações... É preciso mudar esse quadro!

Excelente trabalho, Sergio, dá uma dimensão muito boa do que ocorre.

Acho que um apontamento interessante é a necessidade de fortalecer as mensais.

Porque especiais são especiais, e é fantástico ter coleções semanais de vinte volumes, mas isso não é revista regular como almanaques e Big.

Eu sou contra novas revistas de inéditas, pelo menos não sem antes fortalecer, aumentando o número de páginas nas mensais, e trazendo o Zé Carioca de volta.

Mas fora isso, mostra que boa parte das reclamações não tem tanto fundamento.